Texto Hebraico com mais de 3 Mil anos

Arqueólogos israelitas descobrem texto hebreu com cerca de 3000 anos

(Fortificações descobertas por arqueólogos / AP) KHIRBET QEIYAFA, Israel - Perto do verde e mítico vale de Elah, a cerca de 20 Km a sudeste de Jerusalém, onde a Bíblia diz que Davi venceu Golias, arqueólogos descobriram (segundo anúncio feito ontem) uma cidade fortificada de 3 mil anos que pode mudar a percepção do período em que ele liderou os israelenses. Cinco camadas de argila cobriam o que parece ser o texto hebraico mais antigo já encontrado e pode ter enorme impacto no que se sabe sobre a história da escrita e o desenvolvimento do alfabeto. A área de cinco acres, com seus fortes, casas e portões, também será uma arma no politizado debate sobre Davi e sua capital, Jerusalém, terem sido um reino importante ou uma tribo pequena, uma questão que divide não apenas os estudiosos mas aqueles que buscam deslegitimar o sionismo. (Vale de Elah, Israel, Foto de Ledicia Serruya) A respeito da descoberta do texto hebreu, o mais antigo alguma vez encontrado. Os peritos ainda não conseguiram decifrar completamente as cinco linhas do texto escrito em tinta preta num pedaço de cerâmica que foi encontrado na escavação arqueológica conhecida como fortaleza de Elah, ou Khirbet Qeiyafa. (sítio arqueológico conhecido como fortaleza de Elah ou Khirbet Qeiyafa, foto Universidade Hebraica/Reuters) Segundo os arqueólogos da Universidade Hebraica de Israel, responsáveis pela datação dos objetos encontrados, a inscrição teria cerca de 3000 anos (sécs. XI a X a.C.), sendo anteriores em mil anos aos Manuscritos do Mar Morto. Segundo a Bíblia, Davi - que mais tarde se tornou no rei judeu mais reconhecido - matou Golias, guerreiro filisteu, numa batalha no vale de Elah, onde atualmente existem apenas vinhas e uma estacão de satélites de Israel. Até o momento, segundo o “The New York Times”, apenas uma pequena parte da área foi escavada. "Este é um novo tipo de lugar que subitamente nos abre uma janela para uma área da qual não sabíamos quase nada, e exige que repensemos o que aconteceu neste período", disse Aren M. Maeir, professor de Arqueologia da Universidade Bar-Ilan e diretor de outra escavação próxima na região. O especialista salienta que esta é "uma descoberta única". Do texto encontrado conseguiram deslindar apenas algumas palavras, entre elas: “julgar”, “escravo” e “rei”. Os caracteres foram escritos em proto-cananita, língua precursora do alfabeto hebreu. Cinco linhas escritas nesse caco de vaso de cerâmica podem ser o exemplo mais antigo da escrita hebraica já descoberto, segundo arqueólogos israelenses. O caco de cerâmica foi encontrado por um adolescente que participa como voluntário das escavações. Especialistas da Universidade Hebraica afirmam que testes de carbono feitos em caroços de azeitona encontrados na mesma camada indicam que ele data de cerca de 3 mil anos atrás – mil anos a mais do que as Escrituras do Mar Morto. Graças ao verbo com três letras que significa “fazer” em hebraico, Yosef Garfinkel, o arqueólogo responsável garante que a inscrição é mesmo hebraica. “Isto faz-nos crer que é hebraica e que será a mais antiga já encontrada”. Outros arqueólogos, segundo a BBC, aconselham mais cautela e defendem que seria necessário mais estudos para confirmar esta acepção, pois outros povos usavam os mesmos caracteres, e as palavras podem ter sido inscritas por filisteus ou até outro grupo já esquecido. Ainda assim, este seria o exemplo mais antigo de escrita neste alfabeto em particular. Reinado de David Garfinkel afirmou que estas descobertas podem dar importantes pistas sobre o reinado do Rei Davi e os israelitas. “A cronologia e a geografia de Khiret Qeiyafa criam um ponto de encontro único entre mitologia, história, historiografia e a arqueologia do rei Davi”, disse Garfinkel. O século X a.C. é o mais controverso na arqueologia bíblica porque foi ali que, de acordo com o Velho Testamento, Davi uniu os reinos da Judéia e Israel. Para muitos judeus e cristãos, mesmo os que não levam as Escrituras à letra, a Bíblia é uma fonte histórica vital. Para o Estado de Israel, que se considera mesmo como descendente do reino de Davi, evidências que atestem as histórias bíblicas têm um enorme valor. No entanto, os dados arqueológicos de tal reino são escassos (quase inexistentes) e inúmeros estudiosos de hoje argumentam que ele não passou de um mito criado séculos depois. Ainda falta pôr a descoberto mais 96% deste local, um processo que poderá demorar ainda 10 anos. Garfinkel espera que mais artefatos importantes sejam descobertos e que possam acrescentar elementos essenciais a esta descoberta. Descobertas testadas O que ele encontrou até então impressiona. Como se disse acima, dois potes de azeitonas encontrados foram testados para carbono-14 na Universidade de Oxford e datados entre 1050 e 970 a.C., exatamente no período que a maioria das histórias diz que Davi se tornou rei. Outros dois estão sendo testados. O especialista em línguas semíticas antigas, Haggai Misgav, afirma que a escrita sobre argila com carvão e gordura animal como tinta foi elaborada no chamado proto-cananita e parece ser uma carta ou um documento em hebraico, sugerindo que a alfabetização pode ter sido mais comum do que se imaginava. Isso pode ter um papel na disputa sobre a Bíblia, uma vez que caso outros escritos apareçam irão sugerir que existia a tradição do registro de eventos que eram passados para a frente séculos antes do que se acredita que a Bíblia tenha sido escrita. Outro motivo que torna este local promissor é o fato de ter sido usado por um curto período de tempo, talvez 20 anos, e então destruído - Garfinkel especula que em uma batalha com os filisteus - e abandonado por séculos, selando as descobertas com uma uniformidade similar a de Pompéia. A maioria dos sítios são feitos de camadas de períodos diferentes, nas quais inevitavelmente há uma mistura, tornando difícil a definição da data exata dos artefatos encontrados. (Foto de Ledicia Serruya) A caverna de Adulam, no vale da Elah, onde David teria se escondido do rei Saul, tendo então composto o cântico transcrito em II Samuel 22, 1-51, o qual é quase idêntico ao Salmo 18, e assim se inicia: [1]"David dirigiu ao Se­nhor as palavras deste cântico, quando o Se­nhor o libertou da mão de todos os seus inimigos e de Saul. [2]E disse David: «O Senhor é minha rocha, meu ba­luarte e meu libertador, (...)" Sobre esse evento também se lê: "David entre os moabitas [1]David saiu dali e refugiou-se na caverna de Adu­lam. Os seus irmãos e todos os seus ho­mens sou­beram-no e foram juntar-se a ele. [2]Todos os que se viam an­gus­tia­dos, endividados e descon­ten­tes fo­ram ter com David e ele tor­nou-se o seu che­fe. E juntaram-se a ele cerca de qua­trocentos ho­mens. " (I Sm 22,1-2). Fontes: http://arqueopt.blogspot.com/2008/10/arquelogos-israelitas-descobrem-texto.html http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/10/30/e301017388.html http://caravanasaterrasanta.blogspot.com/2008/04/vale-da-elah-praque-britany.html (daqui foram extraídas as fotos do Vale de Elah) http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/10/081031_israelescritahebraica_ba.shtml (foto do caco de cerâmica) Fotos do sítio arqueológico - http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1348154 http://ultimosegundo.ig.com.br/new_york_times/2008/10/30/descoberta_de_cidade_antiga_pode_alterar_imagem_de_davi_biblico_2086866.htm

2 comentários:

Unknown disse...

Gostei dessa matéria.
Abraços em Cristo,
Jurema de Souza Martins
http://preletorajurema.blogspot.com

Unknown disse...

Também acho interessante, alguns liberias para desacreditarem o texto sagrado colocam a escrita como tardia, mas arqueologia tem mostrado algo bem diferente. Obrigado pela participação

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